Filme é colagem de uma série de gags de humorísticos televisivos amarradas por merchandising e pretensão
Foto: Divulgação
Fernanda Souza, Gianne Albertoni e Andréia Horta, as três amigas protagonistas da comédia
"Muita Calma Nessa Hora" é um filme com um título bastante auto-explicativo, com pouca criatividade e uma série de pontas de humoristas de diversas gerações. Afinal, mostra-se a colagem de uma série de gags de humorísticos televisivos amarradas por merchandising e pretensão. Roteirizada por Bruno Mazzeo, João Avelino e Rosana Ferrão, o filme tem direção de Felipe Joffily ("Ódique?").
A trama é a mais surrada possível e parece extraída de uma novela das 7h, com sol, praia, gente bonita com pouca roupa e menos neurônios ainda. Tudo se pode esperar em matéria de mau gosto de um filme em que, antes da marca de 15 minutos, uma personagem engasga com um preservativo. A bem da verdade, "Muita Calma Nessa Hora" não baixa o nível além disso, mas, também, em momento algum se esforça para o elevar.
Na trama, três amigas mal amadas e infelizes viajam para um fim de semana em Búzios. Elas são Tita (Andréia Horta, da série "Alice"), Mari (a ex-modelo Gianne Albertoni) e Aninha (Fernanda Souza, que um dia já foi "Chiquitita"). No caminho, dão carona a Estrella (Debora Lamm, de "Seja o que Deus Quiser"), que parece uma hippie do século passado.
Crédito deve ser dado a quem merece. E Deborah Lamm, aqui, é uma revelação. Deixando de lado a histeria chata de sua personagem em "Seja o que Deus Quiser", ela é capaz de dizer as frases mais absurdamente sem sentido e, ainda assim, manter uma cara séria, de quem realmente acredita no que está falando. Não fosse a presença dela, o filme seria ainda mais intragável.
Tita e Mari disputam a atenção do surfista Juca (Dudu Azevedo) – e, como são muito boas amigas, parecem não se importar em dividir o mesmo homem. Já Estrella busca o seu pai, seguindo uma única pista, a tatuagem de sol que ele tem nas costas. Enquanto isso, Aninha proclama sua indecisão, incapaz de escolher entre um brinco, uma tatuagem ou um drinque.
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Fernanda Souza faz tatuagem com Sérgio Mallandro
Como muitas das comédias, "Muita Calma Nessa Hora" calca-se em cima de tipos e tenta extrair humor de sua ridicularização – é o caso da beata vivida por Maria Clara Gueiros, ou o paulista, interpretado pelo apresentador Marcelo Adnet.
Outros comediantes fazem pontas de maior ou menos duração, como Sérgio Mallandro – um tatuador que procura lembrar o personagem de Mickey Rourke em "Os Mercenários" – e o apresentador Marcos Mion, que parece ter aceitado participar apenas para aparecer sem camisa.
A direção de Felipe Joffily guarda todo o seu arsenal para uma delicada – até demais – cena de sexo, filmada apenas com closes nos rostos dos personagens. Seria um momento bonito, se a câmera e a fotografia de todo o resto do filme não se desenrolassem numa total banalidade. Assim, fica parecendo pretensão.
Talvez, no fundo, ao colocar em cena personagens tão ocos, o longa pretendesse criticar o vazio de uma geração. Mas aí também seria dar crédito demais ao filme.
Hahahaha...
ResponderExcluirDefinitivamente não verei mais o filme.