quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Review de Vanquish para PS3 de GameTV


É muito difícil destacar-se em um gênero de jogo o qual Gears of War reina absoluto. Vanquish, o recém nascido da Platinum Games, é aquele game de tiro em terceira pessoa que você já conhece, com sistema de cobertura e companheiros truculentos, mas elevado à décima potência da insanidade, velocidade e diversão. 

A verdadeira Engrenagem de Guerra 

Em meio a esse mar de comparações inevitáveis, encontramos algo que se destaca do mundano. Shinji Mikami deu mais velocidade aos combates, incorporou elementos da narrativa dos animês e mangás em suas sequências de ação, e ainda tentou aproximar tudo isso de um público mais ocidental, com um ensejo que coloca frente a frente americanos e russos, algo até que inusitado para uma trama futurista. 

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Para Sam Gideon - nosso protagonista - sobreviver às hordas de robôs assassinos russos não será uma tarefa costumeira. É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo na tela, que fica difícil acompanhar a movimentação dos seus aliados, da milícia cibernética, daquele robô sniper no canto mais alto do cenário e ainda fugir das centenas de mísseis (e aqui não estou usando figuras de linguagem) disparados pelos colossos de metal que, vez ou outra, tendem a aparecer. 

Para se dar bem, você conta com um sistema de "bullet time", acionado manualmente ou via desespero. Explico: Quando você toma uma quantidade considerável de dano, a ARS System entra num modo automático de câmera lenta. Com isso, você tem a chance de recuperar-se, ao mesmo tempo que fica vulnerável a qualquer ataque crítivo, já que o overload do equipamento é inevitável. Acionado manualmente, esse recurso pode ser cancelado a qualquer momento, impedindo o 'cooldown time' da armadura. 

Não pense que esse recurso facilita muito a sua vida. Vanquish é um dos jogos mais difíceis do ano. Foi concebido dessa maneira e muito bem aceito pelos jogadores hardcores. Seu modo God Hard - liberado depois de finalizar a história uma vez - é retardado. Tão difícil que muita gente se pergunta se é possível mesmo chegar ao fim. Histórias contadas em fóruns relatam jovens prodígios que conquistaram a honra 'zerá-lo' nessa dificuldade, alegando gastarem quase três horas no último inimigo. 

Quase uma Guerra Fria futurista 

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No centro da trama, estão uma facção ultra nacionalista russa, que causou a total devastação da cidade de São Francisco com um único disparo de sua arma secreta, e a presidente dos EUA, que manda uma força tarefa entrar em ação para impedir que o mesmo aconteça com a cidade de Nova Iorque. 

Enviados em duas frentes, os Marines sob o comando do governo americano e a DARPA, organização que, de certa forma é responsável pelo armamento terrorista, representado pelo agente Sam Gideon, que veste a poderosa ARS System, uma armadura de combate como nunca antes se viu. 

O maior problema de se colocar duas frentes distintas de combate trabalhando juntas, são suas prioridades. De um lado, os soldados comandados por Robert Burns - um cara maneiro que até toma umas biritas em pleno tiroteio - que visam impedir os terroristas de completarem seu plano. Do outro, Gideon que deve resgatar o professor Francis Candide das mãos dos terroristas, visto que sua importância é vital para o desenvolvimento armamentista. 

Mas já acabou? 

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Duas são as maiores reclamações até o momento. A primeira delas é a falta de um modo cooperativo. Você joga a campanha principal e enfrenta o modo Challenge sozinho, sem uma única opção de multiplayer, local ou online. Analisando as possibilidades, é até fácil entender a razão disso, visto que inúmeros recursos da sua armadura não poderiam ser utilizados em um modo com mais jogadores. Só que um jogo de tiro sem multiplayer é um pouco de suicídio. 

A outra grande preocupação dos jogadores - que também foi constantemente atacada pelos críticos - é a sua duração. A campanha de Vanquish dura mais ou menos cinco horas. Ou pelo menos é o que dizem os odiadores de plantão. 

De fato, a campanha é curta, mas nada tão absurdo que valha uma recepção tão fria do jogo. Usando novamente como exemplo, a história do primiero GoW não é tão mais longa. Aos curiosos, são cinco atos divididos em missões que variam em quantidade. O primeiro Ato tem nove missões, por exemplo. E para fazer a história do jogo em cinco horas, ou o terminou no Casual Auto (modo mais fácil, com mira automática e dano menor), ou ele é um prodígio da nova geração. 

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Numa tentativa de manter os consumidores por mais tempo no mundo de Vanquish, os desenvolvedores optaram por um modo Challenge, tão impossível quanto o próprio nome sugere. Os cenários desse modo são áreas fechadas com inimigos que vão aparecendo em ondas. Da menos difícil à "vocês estão loucos? Como eu termino isso, meu DEUS?!". 

Vanquish tenta fisgar seu público pela dificuldade, com aquele tipo de ranqueamento "Ninja Gaiden II", o qual transformava o pivete maroto em um semi deus por terminá-lo na dificuldade mais difícil sem perder uma vida sequer. É um excelente jogo que peca em suas opções (inexistentes) de multiplayer, mas que agrada pelo appeal de ficção japonesa a um gênero bastante imitado, mas nunca superado. 

Que nasça uma era pré-Vanquish daqui por diante.
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